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terça-feira, 25 de fevereiro de 2025

BANCA DE DEFESA DE TESE CONTOU COM A PARTICIPAÇÃO DE ESCRITORES PORTUGUESES



Repetindo o êxito que já tinha alcançado no mestrado, quando estudou a obra do escritor Pedro Barbosa, na semana passada a doutoranda Ariadne Wenger apresentou a tese intitulada “Telepoesis: um estudo sobre o meta-autor e o escrileitor de literatura generativa na poesia multimídia de Rui Torres”.
Na sessão, a UNIANDRADE recebeu convidados especialíssimos: os professores da banca — Everton Barbosa (UNEMAT), Juliana Mantovani (UnB) e Marcelo Alcaraz (Uniandrade); o professor Otto Winck (Uniandrade, que também era suplente da banca); e os escritores portugueses Pedro Barbosa e Rui Torres (o homenageado da vez!). Foi uma verdadeira constelação literária, já que os professores da casa também são escritores.


Banca de defesa de tese da aluna Ariadne Wenger


Na apresentação da tese, a aluna (agora doutora!) mostrou o site do escritor Rui Torres (https://www.telepoesis.net/) e enfatizou as inúmeras possibilidades da literatura generativa.
Trata-se de uma experiência imersiva, que testa as variações de palavras e sentidos. Além disso, os poemas analisados consolidam a importância da multimídia no ambiente plural e diversificado que é a Internet.
Hoje a leitura transcende a palavra. É preciso também perceber o som, a imagem, o movimento, o ritmo...
Depois da banca, os escritores portugueses escreveram e-mails de agradecimento à Ariadne e à profa. Verônica, com elogios à pesquisa sólida e fundamentada da aluna e com cumprimentos à orientadora e às excelentes arguições feitas pelos membros da banca.
Ambos os autores mostraram interesse pelos eslaides feitos pela aluna e desejam receber a versão final da tese, muito em breve. Além disso, o professor e escritor Rui Torres forneceu à professora Verônica Daniel Kobs um material exclusivo e inédito, que ele irá apresentar em Belgrado, no segundo semestre de 2025.
Esse foi o primeiro passo para outras atividades em parceria, pois a coordenação do mestrado/doutorado da Uniandrade retribuiu a gentileza recebida e convidou o professor Rui Torres para participar de algumas aulas da disciplina de Literatura e Tecnologia Digital, nas quais habitualmente são discutidos os temas de leitura, literatura digital e ensino.  O convite foi prontamente aceito e a atividade conjunta será realizada no segundo semestre deste ano.


Crédito da imagem: captura da tela feita durante a banca (realizada via Google Meet).

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2025

PUBLICAÇÕES DE ALUNOS E PROFESSORES DA UNIANDRADE NO E-BOOK DA FUST UNIVERSITY


Durante as férias, recebemos a feliz notícia de que foi publicado o E-book do CIET-DH, evento realizado em agosto de 2024, pela Florida University of Science and Theology. 


Crédito da imagem: Editora Antropus Educacional

O livro completo pode ser acessado por meio deste link: chrome-extension://efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/https://antropuseducacional.com.br/wp-content/uploads/2025/01/Livro-completo-CIET-2024-3.pdfNão deixe de conferir os trabalhos dos mestrandos, doutorandos e professores da UNIANDRADE na publicação da FUST University!

Como se vê, iniciamos o ano de 2025 em grande estilo e, em breve, virão mais atividades que consolidam essa parceria institucional. 

Sejam todos bem-vindos ao novo semestre letivo!

domingo, 22 de dezembro de 2024

REVISTA SCRIPTA ALUMNI V. 27, N. 2 (2024)




Acesse o dossiê temático de nossa última edição:

 O ENCONTRO (2007) DE ANNE ENRIGHT E AS FASES DO LUTO

 

Larissa Degasperi Bonacin

 

A morte nada mais é do que uma etapa da vida e, consequentemente, um evento certo e inevitável. É, portanto, parte constitutiva da nossa condição humana. Contudo, mesmo que todos tenham a ciência desse fato, as experiências com a morte e o luto diferenciam de pessoa a pessoa. Para uns a morte pode estar associada a sofrimento, para outros pode significar libertação. Algumas pessoas ainda consideram que a morte não existe e para estas, a vida não é limitada pelo biológico.

Ocorre que, nem todos são ou estão preparados para vivenciar ou mesmo falar sobre a morte, pois esta, muitas vezes, evoca lembranças que preferíamos esquecer e suscita sentimentos que muitas vezes estavam escondidos e que, vindo à tona, trazem dor. Isso é o que acontece com a protagonista Verônica Hegarty do romance O encontro, da escritora irlandesa Anne Enright, após a morte do seu irmão mais próximo, Liam Hegarty. Ela será a responsável pelo traslado do corpo do irmão de Londres até Dublin para o funeral e nesse percurso ela retoma a história da família e de si própria.


Professora Larissa Bonacin. Foto enviada pela autora.


O romance de Anne Enright pode ser caracterizado pela trajetória da narradora ao encontro de um sentido para sua vida a partir da morte do irmão. Mas a narrativa de Enright é angustiante, porque sincera. Porque descreve com detalhes toda sua dor, sua angústia, sua solidão, suas dúvidas. É permeada por lembranças, ora nítidas em sua memória ora ofuscadas pelo tempo, ou até fictícias, que não sabe ao certo se realmente ocorreram.

Leia o texto completo em:

https://drive.google.com/file/d/12QtXm2S8dIC4OGdBPNApS5UR4JcPgOzv/view?usp=sharing


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Larissa Degasperi Bonacin é Doutora em Estudos Literários pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Mestre em Teoria Literária pelo Centro Universitário Campos de Andrade – UNIANDRADE. Professora de Literatura para os cursos de Letras e Pedagogia da UNIANDRADE, de 2014 a 2024. Professora do Mestrado e Doutorado em Teoria Literária da UNIANDRADE, desde dezembro de 2024.

sexta-feira, 20 de dezembro de 2024

 ANAIS DO SEMINÁRIO INTERNACIONAL: EDIÇÃO 2024



Acesse o arquivo completo, por meio deste link: 

https://drive.google.com/file/d/11qOy6rQF6yMxERo5bzd0yOghzL-TiQCl/view

 

 TECNOLOGIA, EDUCAÇÃO E SOCIEDADE: 

UM DEBATE ATUAL E NECESSÁRIO NO II SIET-DH

 

Verônica Daniel Kobs

 

O II Seminário Internacional de Educação, Tecnologia e Desenvolvimento Humano (II SIET-DH), realizado de 10 a 12 de dezembro de 2024, na Florida University of Science and Theology (FUST), abriu espaço para discussões acerca das transformações do cenário educacional, especialmente em tempos de rápidas mudanças tecnológicas. A parceria com a Uniandrade, que já se consolidou no congresso de agosto deste ano, mais uma vez se destacou, refletindo o compromisso compartilhado entre as duas instituições, a fim de promover debates significativos sobre os desafios do novo milênio.

O Seminário foi dividido em três noites de discussões intensas, cada uma abordando um tema central. Na primeira noite, a temática foi saúde e bem-estar na educação, abordando a crescente importância de criar ambientes de aprendizagem que não só favoreçam o conhecimento, mas também priorizem o cuidado com o corpo e a mente. A segunda noite tratou de políticas públicas e inclusão, um tema crucial para garantir que todas as camadas da sociedade, especialmente as mais vulneráveis, tenham acesso à educação de qualidade.

Na terceira noite, a pauta foi esta: os impactos da tecnologia digital na educação e no crescimento individual. Esse debate gerou diversas reflexões sobre como as tecnologias digitais estão reconfigurando os processos educacionais e as maneiras como nos desenvolvemos e nos relacionamos, neste novo mundo. Em uma sociedade cada vez mais conectada, a tecnologia se tornou um poderoso vetor, mas também um obstáculo a ser superado, especialmente quando pensamos no equilíbrio necessário para garantir que seu uso seja saudável e benéfico para o desenvolvimento humano.


Cartaz de divulgação da terceira noite do evento. Crédito da imagem: FUST University.

 

O encerramento do Seminário foi marcado pela palestra dos professores da Uniandrade, Otto Winck e Verônica Daniel Kobs, que discutiram de maneira complementar o papel das novas tecnologias na educação. A professora Verônica Daniel Kobs abordou os impactos das tecnologias sobre a sociedade e a educação, explorando os aspectos positivos e negativos do digital, e apresentou algumas diretrizes da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para o Ensino Médio. Foram ressaltadas as implicações do uso predominante de plataformas digitais no ensino, o que representa um risco significativo, afinal o ato de substituir a leitura tradicional por conteúdos digitais interfere nas capacidades de análise e contemplação. Nesse contexto, defendeu-se a ideia de que o livro impresso e a leitura analógica continuam sendo insubstituíveis, pois mantêm uma conexão com o mundo físico, além de promoverem uma relação mais orgânica e não hierárquica entre os seres humanos e o ambiente ao seu redor.

O professor Otto Winck, por sua vez, trouxe uma visão mais filosófica, abordando as perspectivas de "apocalípticos e integrados". O discurso de que a tecnologia traria o fim da sociedade ou da educação muitas vezes ignora a capacidade de integração da tecnologia com práticas pedagógicas mais tradicionais. Para reagir a isso, foi demonstrado que a chave está no equilíbrio entre as potencialidades da tecnologia e os métodos de ensino mais humanizados e críticos, sem cair no medo ou na exaltação cega da digitalização.

Desempenhando a função de debatedor, o doutorando Daniel Zanella, jornalista de formação, fez um elo entre a crítica à tecnologia e sua própria vivência no campo da Comunicação. Em sua fala, foi mencionado o conceito de brain rot, palavra eleita em 2024 pela Oxford para descrever o fenômeno da degradação cognitiva promovida pela exposição excessiva e superficial às tecnologias digitais. Nesse sentido, também foram retomadas algumas críticas do filósofo Edgar Morin, que questiona o impacto da digitalização na capacidade de reflexão profunda e no pensamento crítico. Por fim, Zanella ressaltou o valor do impresso como modo de motivar uma abordagem mais analítica da informação, em oposição à rapidez e à superficialidade dos meios digitais.



 

Crédito das imagens: YouTube

 

O evento, que fortaleceu a parceria recente entre a FUST e a Uniandrade, foi uma excelente oportunidade para aprofundar a discussão sobre o papel da tecnologia na educação, ressaltando tanto seus benefícios quanto os desafios que ela impõe. Para aqueles que não puderam participar ou desejam revisitar as reflexões apresentadas, é possível acessar as palestras e o debate da última noite no YouTube, por meio deste link: https://www.youtube.com/watch?v=JT_lNbrwCSU.

Finalizamos este registro com nossos sinceros agradecimentos à FUST University, aqui representada por algumas menções especiais: ao magnífico reitor, Prof. Dr. Washington Luiz Martins da Silva; ao coordenador, Prof. Dr. Fábio Alves Gomes; ao organizador e anfitrião, Prof. Dr. Matusalém Alves Oliveira; e às professoras Juliana Almeida e Ana Vitória Imperiano, que não poupam esforços na organização impecável. A acolhida, o incentivo e a gentileza da FUST, aliados à promoção do saber e da troca de conhecimento constante, são as principais marcas, em todas as atividades que realizamos juntos.

Também agradecemos aos alunos e professores da Uniandrade e da FUST, pela presença e pelo engajamento. Sem dúvida, a parceria entre as duas instituições continuará a ser consolidada e, no II SIET-DH, defendemos a importância de um futuro educacional mais inclusivo, inovador e humanizado.


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Verônica Daniel Kobs: Pós-Doutorado em Literatura e Intermidialidade (UFPR). Professora e pesquisadora de Literatura e Tecnologia Digital. Coordenadora dos cursos de Mestrado e Doutorado em Teoria Literária da UNIANDRADE. Idealizadora do blog Sarau Literário.

terça-feira, 10 de dezembro de 2024

O LEGADO DO VAMPIRO


Verônica Daniel Kobs



E Dalton Trevisan se foi...
Hoje o dia começou triste, pois recebi a notícia da morte de Dalton Trevisan. Autor curitibano e meu conterrâneo, Dalton é meu ídolo máximo na literatura. Tenho dezenas de livros dele, nos quais "viajo, viajo"... Não me canso de reler suas histórias, admirar seu humor ácido e de cair na armadilha de sorrir, para só então começar a lamentar.
Dalton tinha 99 anos e ainda estava na ativa. Mesmo assim, suas obras eram raridade por aqui. Eu sempre reclamava, nas feiras e livrarias de Curitiba, quando descobria que não havia nenhum livro de nosso vampiro.
Talvez essa ausência possa ser explicada pela contundência dos textos do autor. Sei que Dalton Trevisan é para poucos e, nesse aspecto, acho oportuno celebrar o vampiro parodiando os versos do nosso "poeta polaco", o "cachorro louco" curitibano:  

Dalton Trevisan
ame-o 
ou deixe-o.

Muitas pessoas criticam a repetição com variação; outras não aguentam a violência da linguagem e dos personagens; há aqueles que não entendem a ironia; e também há quem diga que as histórias de Dalton não têm nenhuma associação com a realidade (???). 
Bem... Por tudo isso, eu resolvi amá-lo e registro aqui meu pesar pela partida dele. Nesta ocasião, relembro um artigo que escrevi há 10 anos e que foi publicado no Fórum de Literatura Brasileira Contemporânea da UFRJ. O título é "Dalton Trevisan e a literatura do contra" e o texto pode ser lido na íntegra, neste link: 
Por fim, transcrevo aqui alguns trechos do meu conto preferido, "Lamentações de Curitiba":

A palavra do Senhor contra a cidade de Curitiba no dia de sua visitação.
[...].
O que fugir do fogo não escapará da água, o que escapar da peste não fugirá da espada, mas o que escapar do fogo, da água, da peste e da espada, esse não fugirá de si mesmo e terá morte pior.
O relógio da Praça Osório marca a hora parada do dia de sua visitação.
[...]
Os ipês na Praça Tiradentes sacolejarão os enforcados como roupa secando no arame.
[...]
No rio Belém serão tantos os afogados que a cabeça de um encostará nos pés de outro, e onde a cachaça para mil e um velórios? [...]
A espada veio sobre Curitiba, e Curitiba foi, não é mais.
Não tremas, ó cidadão de São José dos Pinhais, nem tu, pacato munícipe de Colombo, a besta baterá voo no degrau de tuas portas. Até aqui o juízo de Curitiba.

"Curitiba foi, não é mais", mas Dalton será para sempre o nosso vampiro! O dia do Juízo Final chegará e restarão apenas ele e "as baratas com caspa na sobrancelha". 
Um viva e "um assobio com dois dedos na língua" para Dalton Trevisan!


Créditos
Trechos do conto: TREVISAN, Dalton. Em busca de Curitiba perdida (1992).
Imagem: Caricatura de Dalton Trevisan feita pelo artista e amigo Poty Lazzarotto.

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Verônica Daniel Kobs: Pós-Doutorado em Literatura e Intermidialidade (UFPR). Professora e pesquisadora de Literatura e Tecnologia Digital. Coordenadora dos cursos de Mestrado e Doutorado em Teoria Literária da UNIANDRADE. Idealizadora do blog Sarau Literário.