A LINGUAGEM SEO COMO FACILITADORA NA
DIVULGAÇÃO DE TEXTOS ON-LINE
Profa. Dra. Verônica Daniel Kobs*
Geralmente, na produção de um texto acadêmico, os autores não dão à
devida importância às palavras-chave. Entretanto, a escolha delas deve receber
a mesma atenção dada ao título. Ao contrário do que muitos pensam, esses dados
não devem apenas apresentar os itens fundamentais do texto. Eles serão o modo
de entrada para o texto, garantindo o acesso de leitores e usuários espalhados
em todo o mundo. Evidentemente, esse acesso público e irrestrito garante a
divulgação de uma forma que não existia antes, quando não contávamos com o
computador, nem com a Internet. Desde que surgiu, a grande rede tornou-se uma
imensa biblioteca e, sem dúvida, uma importante vitrine para pesquisadores,
escritores e, posteriormente, também para blogueiros.
Sendo assim, para definirmos de modo adequado as tags ou as palavras-chave dos textos que escrevemos e publicamos na
rede, temos de fazer um simples exercício de alteridade. O objetivo é tentar
responder à pergunta: quais palavras as pessoas digitariam, em um site de buscas, para pesquisar textos
como aquele que acabamos de escrever? Nesse contexto, também é importante
darmos destaque às palavras mais simples. Quanto mais adequada for a palavra,
mais ela poderá atender às pesquisas feitas pelos usuários ao redor do mundo.
Consequentemente, nosso texto será achado mais facilmente pelos sites de busca. Outro quesito a ser
levado em conta é o tamanho da palavra-chave. É bom evitar expressões longas,
com três palavras ou mais. Na área de Letras, o ideal é sempre dar ênfase ao
nome da obra analisada, ao nome do autor e a algumas características literárias
principais, como, por exemplo: paródia,
cibertexto, literatura digital, entre outras.
De acordo com os dados divulgados no site
Neil Patel Digital, o Google lidera o ranking
dos buscadores mais utilizados no mundo (NEIL PATEL DIGITAL, 2019). Isso
demonstra a importância das palavras-chave para a repercussão de um texto.
Portanto, é preciso “encontrar formas de
aparecer em destaque entre os resultados do Google e plataformas semelhantes” (NEIL
PATEL DIGITAL, 2019).
Foi aí que surgiu o SEO, sigla para Search Engine Optimization.
São técnicas de otimização de
páginas para mecanismos de busca.
Ou seja, com o objetivo claro de
ter seus links apontados como solução para as palavras-chave mais importantes
para cada nicho.
Quando a estratégia é
bem-sucedida, aumenta não apenas o número de visitantes em seus sites, mas
também o de leads, que são os potenciais clientes do negócio. (NEIL PATEL DIGITAL, 2019)
Atualmente, a linguagem SEO já é considerada uma das principais
estratégias de divulgação, na era da Web
3.0. O efeito disso nos faz retomar a questão da alteridade, o que nos leva
a pensar como internautas (e não apenas como autores). Nesse contexto, Cassiano
Travarelli destaca alguns princípios básicos: “Usuários comuns de sites de
busca não pensam em termos de assuntos genéricos” (TRAVARELLI, 2019). Desse
modo, “é necessário ter em mente que eles irão escrever em uma linguagem
totalmente natural no momento da busca” (TRAVARELLI, 2019). Para atender a dois
perfis distintos de autores (que têm de escolher boas palavras-chave para seus
textos), Travarelli vai além, e oferece duas estratégias. A mais simples
envolve “um brainstorm sobre o seu
nicho de mercado” (TRAVARELLI, 2019), para que algumas pessoas, que atuam em
nossa área, possam nos ajudar a definir as tags
ou os termos-chave que podemos usar em nosso texto. Já a sugestão mais complexa
envolve várias etapas e é voltada para autores mais detalhistas, com uma
experiência que vai além do básico, quando se trata de computador e Internet:
– Crie uma grande lista dos possíveis termos a serem
buscados, os quais seu público-alvo possa vir a digitar.
– Calcule o número aproximado de pesquisas reais
realizadas nos principais motores de busca (Google, Yahoo, MSN) para cada
termo.
– Avalie a concorrência para cada um dos termos de
busca – websites que concorrem com o seu para cada um dos termos de busca que
você deseja rankear.
– Utilize esta lista para escolher as palavras-chave
que possuem alto volume de buscas (muitas pessoas procurando por esse termo
todos os dias), e menos concorrência (não muitos websites promovendo-se para
esse termo). (TRAVARELLI, 2019)
Com
esse roteiro, é impossível errar na escolha. Entretanto, é certo que a
experiência tornará esse processo mais rápido e fácil com o tempo. Além disso,
a repetição esporádica dessa metodologia e o conhecimento obtido, pela busca e
pela leitura constantes de materiais publicados em nossa área de atuação, podem
transformar a difícil seleção dos termos-chave em algo quase intuitivo.
Embora as palavras-chave e as tags sejam consideradas praticamente sinônimas, há uma diferença,
relativa aos veículos de comunicação e à tipologia textual. As palavras-chave
são exigidas nos artigos científicos, texto que segue um formato acadêmico e
que é publicado nas revistas indexadas da área profissional a que se destinam.
Quanto às tags, vale mencionar que
são mais comuns nas redes sociais, sobretudo em blogs, e correspondem a um tipo de texto mais leve, assim como
colunas e outros textos de caráter crítico/opinativo.
Atualmente, na Internet, a linguagem SEO assume funções
que vão muito além da mera divulgação. Ela é um recurso estratégico, que
permite maior visibilidade a determinados materiais, ainda mais se
considerarmos que existem milhares de opções disponíveis na grande rede. Em um
sentido mais amplo, as ferramentas SEO são responsáveis pelas conexões entre
textos distintos, mas similares no tema discutido, definindo redes menores e
possibilitando feedbacks (Fig. 1).
Figura 1: Diagrama que demonstra as múltiplas
influências da linguagem SEO no ambiente virtual. Imagem disponível em:
<http://www.e-commercebrasil.org/marketing/o-que-e-seo/>
Diante da importância da linguagem
SEO, é claro que não poderíamos encerrar este texto, sem sugerir uma lista de
palavras-chave ou tags para ele. Sendo
assim, depois de alguns testes, usando o Google como parâmetro, selecionamos os
seguintes termos: linguagem SEO; palavra-chave; buscadores. Esse treino, apesar
de rápido, produziu resultados interessantes. Optamos por linguagem SEO pelo fato de ser algo mais específico. Porém, apenas SEO ou seo já seriam boas escolhas, pois essas formas reduzidas produziram
os mesmos resultados que conseguimos obter com linguagem SEO. O maior problema mesmo foi com o termo tag, que não incluímos na lista, por uma
razão bem simples: quando essa palavra foi digitada no site de busca, todos os resultados correspondiam à outra TAG
(Transtorno de Ansiedade Generalizada), revelando um tema bem distinto daquele
de que tratamos aqui. Isso demonstra que, depois de definidas as
palavras-chave, seja por meio de brainstorm,
do roteiro completo sugerido por Travarelli ou pelo método intuitivo, sempre é
necessário simular uma busca simples, para garantir que escolhemos os melhores
termos para apresentar nosso texto. Com certeza, esse é um modo eficaz de
verificação.
REFERÊNCIAS
NEIL
PATEL DIGITAL. Sites
de busca: Conheça os 10 buscadores mais usados no mundo.
Disponível em: <https://neilpatel.com/br/blog/sites-de-busca/>.
Acesso em: 13 out. 2019.
TRAVARELLI,
C. Pesquisa de palavras-chave. Disponível em:
<http://www.infoprodutosbrasil.com/pesquisa-de-palavras-chave/>.
Acesso em: 14 set. 2019.
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Verônica Daniel Kobs: Professora do Mestrado em Teoria Literária da
UNIANDRADE. Professora do Curso de Graduação de Letras da FAE. Autora do blog
Interartes (https://danielkobsveronica.wixsite.com/interartes).
Possui Pós-Doutorado na área de Literatura e Intermidialidade (realizado na
UFPR, em 2018). E-mail: veronica.kobs@fae.edu
Muito interessante. Parabéns prof. Verônica pela escolha do tema.
ResponderExcluirParabéns pelo artigo, Verônica, muito útil!
ResponderExcluirSigrid