ADAPTAÇÃO
Autora: Thais
dos Santos Pires
Programa
de Iniciação Científica de Letras
UNIANDRADE
Orientadora:
Profa. Dra. Brunilda Reichmann
UNIANDRADE
O
dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, define adaptação como: “01. Ação ou efeito de adaptar(-se) [...] 03.
Transformação de uma obra literária em representação teatral, cinematográfica,
radiofônica ou televisionada”. Com isso, entendem-se filmes, séries de
TV, telenovelas, minisséries, microsséries, músicas, pinturas, quadrinhos,
entre outras, baseadas em obras literárias. A transposição de um livro para
outra obra mídia é comum e pode ser vista com muita frequência. O cinema
utiliza obras literárias para transpor a uma linguagem visual e, muitas vezes,
recriar o que já existe. Essa transposição pode ser tão trabalhosa quanto criar
algo novo.
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Adaptação
primeiramente é a transposição de uma mídia para outra, formando assim, uma
nova obra. Os livros de maior venda são adaptados para o cinema. Tanto é que
encontramos frequentemente novas edições de livros com capas de sua adaptação cinematográfica,
como Dois irmãos, A menina que roubava livros, A culpa é das
estrelas, O hobbit, It – A coisa, O orfanato da senhorita Peregrine para
crianças peculiares, por exemplo. Obras
literárias também são adaptadas para os quadrinhos com bastante frequência,
realizando uma conexão entre palavras e imagens, podendo ser observada na
literatura brasileira nas obras de Machado de Assis. Assim como algumas séries
de TV – Game Of Thrones, Desventuras em Série, His Dark Materials – passaram
a ter adaptações literárias.
Robert
Stam, grande estudioso da literatura e cinema, elucida em sua obra A literatura através do cinema que as
adaptações fílmicas ajudam a democratizar a literatura e a torná-la popular. Para
qualquer outro meio de comunicação pressupõem alterações necessárias para que
elas sejam condizentes com o meio e com o público que vai atingir, alterações
estas que trazem uma fluência necessária ao novo produto. Com isso, vemos quão
importante é estudar esse fenômeno. Analisar como a linguagem literária foi transposta
para o visual, observando o cenário, o figurino das personagens, a posição de
câmeras, a fotografia, a música e o som que, segundo Hutcheon (2013), pode
acentuar, reforçar, ou até mesmo contradizer os aspectos visuais e verbais, entre
outros elementos, encaixando assim, as palavras inseridas nas imagens. Consequentemente,
é interessante compreender que ambas são obras diferentes e ao traduzir um
livro para outra mídia, temos uma nova obra.
É
comum os espectadores julgarem algumas adaptações cinematográficas, pois
esperam que sejam transmitidos todos os detalhes do livro, porém o que deve ser
observado é que cada leitor contém sua interpretação da obra e a do produtor
pode ser diferente. Entretanto, os diretores irão traduzir essa obra para as
imagens de forma concisa e direta, condizente ao seu entendimento e público-alvo.
Segundo Hutcheon (2013), conforme as adaptações, as complicações aumentam ainda
mais, pois as mudanças geralmente ocorrem entre mídias, gêneros, muitas vezes
nos idiomas e, portanto, nas culturas. Como pode ser considerado um processo de
criação, a adaptação sempre envolve uma reinterpretação de uma ou mais obras,
pois é uma transposição de um sistema de signos para outro signo.
Contudo,
pode ser entendido e considerado como um processo de interpretação de uma
primeira obra resultando em uma segunda, e esta pode ser analisada sob
diferentes perspectivas. Assim como cada espectador verá um filme, uma série,
uma pintura ou um quadrinho de maneira diferente, o leitor de uma determinada
obra possui uma leitura diferenciada da mesma, podendo ser transmitida através
de imagens conforme a leitura dos adaptadores.
REFERÊNCIAS
HUTCHEON,
Linda. Uma teoria da adaptação. Trad. André Cechinel. 2. ed. Florianópolis: Ed. da UFSC, 2013.
STAM,
Robert. A literatura através do cinema. Trad. Marie-Anne Kremer e
Gláucia Gonçalves. Belo Horizonte: UFMG, 2008.
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