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terça-feira, 14 de maio de 2024

UM LIVRO NASCE DE UMA IDEIA


Ana Lúcia Corrêa Darú


Um livro nasce, assim como nascem os seres vivos: há uma fagulha inicial, que para os seres vivos talvez possamos chamar de ‘concepção’, e para os livros talvez possamos chamar de ‘ideia’. Livros e seres vivos, depois de um tempo de maturação, surgem no mundo, singulares, com suas próprias teias de significado, aparência, estrutura e temperamento. Um livro vem ao mundo com uma mensagem e de certa forma, cada ser vivo também. E cada livro é especial e importante, assim como cada ser vivo.

Os eventos por trás do livro Vincent van Gogh: minha história (2022) veio de uma ideia, uma ideia de dar ao pintor a oportunidade de contar sua própria história. Ela começou em 2020, quando fui analisar um livro Os Girassóis (2009), da escritora americana Sheramy Bundrick. Naquela época precisava analisar o romance do ponto de vista da vida do pintor Vincent van Gogh (1853-1890). O texto de Bundrick é um romance em que a vida do pintor se transforma em uma narrativa ficcional e o pintor vira personagem dessa ficção. Portanto, eu tinha, dentre outras coisas, que explicitar o que era ficção e o que era realidade no romance, precisava de uma biografia do pintor para fazer o cotejo. Mas, ao recorrer a algumas bibliotecas, sebos e livrarias virtuais percebi que não havia livros que revelassem a totalidade da vida do pintor, havia apenas um livro enorme e belíssimo que retratava a arte do pintor, entremeada a fragmentos de frases das cartas que ele escreveu, e também havia um livro que retratava uma parte da vida do pintor: os últimos dez anos, por assim dizer. Uma biografia completa, autorizada ou não, não encontrei. Então eu recorri a sites onde eu intencionava reunir fragmentos da vida do pintor e organizar, eu mesma, uma biografia.


Fonte da imagem: www.livrariascuritiba.com.br

Na minha busca, encontrei muitos textos de artigos e reportagens (fontes secundárias e terciárias) que emitiam juízos sobre a vida do pintor, textos que teciam comentários, às vezes, até maldosos sobre ele. Eu compreendia que o pintor teve uma vida muito problemática, porque já tinha lido Cartas a Theo, um livro que trazia 150 cartas e que fora traduzido para o português por Pierre Ruprecht, em 1964. Por conta dessa leitura, eu tinha a convicção de que o pintor não era merecedor de muitos adjetivos depreciativos que estavam em alguns textos e, apesar de as cartas apresentarem lacunas temporais entre si, a leitura das 150 cartas deixava claro que o pintor tinha um coração amável e era um homem dedicado e fiel às suas convicções, principalmente religiosas.

Em minha busca, descobri que a totalidade das cartas (902) estavam publicadas pelo Museu Van Gogh e era lá que eu iria buscar as informações de que precisava. Na verdade, minha ideia inicial não era ler as 902 cartas, algumas com até nove páginas de conteúdo, na minha ideia, eu achava que seria possível ler algumas cartas e conseguir algo com elas, mas eu fui me apaixonando pelo dia a dia do pintor e não consegui ler ‘algumas cartas’, eu li as 902 cartas, e mais 25 fragmentos de cartas encontradas que fazem parte da correspondência do pintor. Nesse texto epistolar completo, uma fonte primária de informação, Van Gogh registra suas ações, pensamentos, leituras, observações de paisagens, ocorrências e dificuldades que enfrentava para se relacionar com as pessoas e sobreviver como pintor. Durante a leitura, fui organizando um desenrolar dos acontecimentos e fui constituindo, com os relatos colhidos em sua correspondência, uma autobiografia ficcional onde o próprio pintor vai contando sua história. Alguns trechos das cartas eu procurei deixar para o leitor conhecer os próprios redemoinhos linguísticos que constituíam os seus dias. Algumas informações estão em cartas escritas pelos familiares e amigos do pintor. O livro Vincent van Gogh: minha história dá uma chance de o leitor conhecer esse gênio das artes visuais e ao pintor uma oportunidade de dar-se a conhecer. O livro, uma ideia que levou dois anos para maturar, está à disposição em sites e livrarias. Boa leitura!

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Ana Lúcia Corrêa Darú é Mestre em Teoria Literária pelo Centro Universitário Campos de Andrade (UNIANDRADE) e Doutoranda pela mesma instituição. Atua como parecerista, analista de projetos educacionais e editora de materiais didáticos para diversas editoras do Brasil. O livro Vincent van Gogh: minha história – a vida do pintor contada por ele mesmo é uma autobiografia ficcional do pintor Vincent van Gogh. A obra nasceu de uma lacuna que a doutoranda, Ana Lúcia Corrêa Darú, identificou, ao realizar suas pesquisas, quando da produção de sua dissertação.

terça-feira, 7 de maio de 2024

LITERATURA, FOTOGRAFIA ECOCRÍTICA 


Verônica Daniel Kobs

 

No dia 22 de novembro de 2023, participei do Colóquio Uma Festa Imodesta, promovido pelo Centro de Estudos Portugueses da UFPR. No convite que recebi, os anfitriões eram bem claros quanto ao motivo da comemoração: “espantar os males” e “celebrar o prazer”, revisitando obras da literatura lusófona. Diante disso, escolhi analisar os haicais de Sigrid Renaux, associando-os às fotografias de Leonir Kobs, com a finalidade de olhar mais detidamente sobre a natureza, especificamente sobre os pássaros e as plantas.  

Começando pela literatura, convém lembrar que os haicais tradicionais privilegiam a natureza, geralmente focalizando uma das estações do ano, e são apresentados em 3 versos ― de 5, 7 e 5 sílabas, respectivamente. No entanto, ao longo das décadas, esse tipo de poema passou por inúmeras mudanças, tanto na forma quanto no conteúdo, e isso resultou do estilo de diversos autores brasileiros, como: Pedro Xisto, Paulo Leminski, Millôr Fernandes, Helena Kolody, Mário Quintana, Dalton Trevisan, Sigrid Renaux, entre outros. De acordo com o poeta e ensaísta Marcos Siscar, a poesia brasileira feita a partir dos anos 1980 caracterizava-se pela “ausência de linhas de força mestras” (2010, p. 149), já que, naquele período de abertura política, a democratização e a pluralidade ganharam ênfase, valorizando as estéticas individuais. Paulo Franchetti corroborou essa afirmação, em artigo publicado em 2008, ao informar que, “no Brasil, coexistem e estão ativas as várias ver­tentes do haicai brasileiro: a tradicionalista, a de inspiração zen, a fi­liada a Guilherme de Almeida, a epigramática e a de matriz concre­tista” (FRANCHETTI, 2008, p. 266).

Nesse sentido, serão analisados os haicais de Sigrid Renaux publicados em três livros: Outros azuis (2009), As grafias do olhar (2016) e Luzes na selva (2019), com o objetivo de demonstrar as contribuições da autora na evolução desse texto poético. Entre elas, destacam-se, na maioria dos poemas, os versos com margem sinuosa e a estrutura de 3 ou 4 versos – brancos e livres. Porém, o tema da natureza e o caráter sintético (que alguns críticos chamam de ideogrâmico) sempre corresponderam ao projeto estético da autora, para quem a natureza é a “principal fonte de inspiração”. Além disso, Sigrid Renaux afirma que os haicais a atraíram “pelo formato simples”, facilitando a transmissão das ideias que a inspiram (RENAUX, 2022). Segundo Antoine Compagnon: “A literatura é um exercício de pensamento; a leitura, uma experimentação dos possíveis” (COMPAGNON, 2009, p. 52). Combinando isso com o raciocínio de Clarice Lispector, chegamos à metáfora da ”não palavra”, que a escritora definiu como “a palavra pescando o que não é palavra”, nas “entrelinhas” do texto (LISPECTOR, 1980, p. 41). Dessa forma, a abordagem da Ecocrítica pareceu adequada para este trabalho, levando em conta que os haicais de Sigrid Renaux, por trás de cada verso, mostram a possibilidade de perceber as plantas e os pássaros como protagonistas e não como meros coadjuvantes.

Com esse mesmo objetivo, escolhi analisar as fotos feitas por Leonir Kobs, interpretando-as como ecfráses ao contrário. Dessa forma, os haicais, que sugerem imagens mentais — invisíveis e não palpáveis —, podem ser concretizados por meio da fotografia.  Aliás, vale lembrar que, na literatura japonesa, há alguns haicais que são acompanhadas por ilustrações, chamadas de haigas. Portanto, as fotografias tendem a cumprir função semelhante, neste trabalho. Além disso, a proximidade entre as mídias literária e fotográfica justifica-se pelo olhar contemplativo sobre a natureza, fixando-se em flagrantes do cotidiano, para redefinir as relações das pessoas com animais, vegetais e minerais. Citando Susan Sontag, a “insaciabilidade do olho que fotografa altera as condições do confinamento na caverna: o nosso mundo. Ao nos ensinar um novo código visual, as fotos modificam e ampliam nossas ideias sobre o que vale a pena olhar e sobre o que temos o direito de observar. Constituem uma gramática e, mais importante ainda, uma ética do ver” (SONTAG, 2004, p. 8). Sem dúvida, essa ética a que Susan Sontag se refere é imprescindível hoje, para desautomatizar e desalienar o comportamento humano, de certa forma anestesiado pelos efeitos da tecnologia. Conforme Nelly Novaes Coelho, a literatura pode servir como “antídoto à robotização” (COELHO, 2007), propriedade que também se aplica às outras artes, incluindo a fotografia, e, nesse contexto, o tema da natureza surge como um intensificador.

Perceber-se como uma pequeníssima parte do ambiente natural, e não como centro, é o princípio basilar da Ecologia, que Scott Slovic e Yingyu Yang definem como “ciência de interconexão” e “de relacionamento” (SLOVIC; YANG, 2010, p. 111, tradução nossa). Nas palavras de Sigrid Renaux, em sua obra “a associação entre literatura e ecologia surgiu naturalmente” (RENAUX, 2022). Nesse sentido, alguns haicais da autora, de caráter metalinguístico, celebram a comunhão do eu-lírico com as plantas e os animais: “para construir um poema / procuro a palavra plena / entre as canções dos pássaros / e o silêncio colorido das flores” (RENAUX, 2011, s. p.). O leitor é, então, convidado a perceber as aves e os vegetais, em meio ao barulho e à agitação das grandes cidades, em uma proposta que, de certo modo, nos faz resgatar os princípios do Arcadismo: fugere urbem, aurea mediocritas, carpe diem e inutilia truncat. Com esse mesmo ideal, a jornalista e escritora Eliane Brum, em Banzeiro òkòtó (2021), seu último livro, trata do “Eu-natureza” e da “luta contra a autoextinção, que só poderá ser vencida se [...] nos tornarmos outro tipo de gente, [...] capaz de viver com todas as outras gentes, humanas e não humanas” (BRUM, 2021, p. 117). Nos haicais de Sigrid Renaux, esse senso de conjunto instiga a identificação, em detrimento da hierarquia: “sou o que vejo / as folhas ao vento / o universo azul / o sol nas estrelas” (RENAUX, 2019, p. 27).

Para analisarmos alguns exemplos disso, aprofundando nossas reflexões com base na Ecocrítica, vejamos 5 combinações que proponho aqui, entre os haicais de Sigrid Renaux e as fotografias de Leonir Kobs. Antes, porém, é preciso deixar claro que as fotos não são adaptações dos poemas. Os haicais e as fotografias selecionados para análise são obras independentes e sem nenhuma conexão, até o momento em que decidi colocá-los lado a lado. Trata-se, então, de uma intermidialidade não intencional, realizada no âmbito da crítica, e não da criação artística. Além disso, percebam que, em cada imagem mostrada, serão mencionados o nome populares e também o nome científico de cada planta e de cada pássaro, na tentativa de combater o que Suzana Ursi denomina “cegueira botânica” (URSI et al., 2018, p. 13), chamando a atenção do público para a importância de conhecer as espécies que integram a paisagem da maioria das cidades.


Haicai e foto n. 1

sinuosamente branca

           uma garça penetra no silêncio das águas

à espreita de um peixe (RENAUX, 2009, p. 106)

 

Garça-real (Pilherodius pileatus) pescando. 
Créditos da imagem: Leonir KOBS (Foto e Edição).


Nesse haicai, assim como nos demais, a disposição dos versos recusa a estrutura linear, propondo um novo tipo de organização, mais condizente com o ambiente natural. Os versos são curtos e cada um deles corresponde a uma espécie de frame, consolidando o teor imagético do poema. Na fotografia, as águas dividem espaço com os aguapés (Eichhornia crassipes) e focaliza-se um tipo específico de garça, a Garça-real (Pilherodius pileatus). Essa ave dá mais cor à cena, embora conserve a sinuosidade, a brancura e o estado de prontidão.


Haicai e foto n. 2

entrelaçando a prédica do pastor

                         um passarinho entoava no jardim

                                     seu hino de louvor (RENAUX, 2016, p. 58)

  

Sabiá-ferreiro (Turdus subalaris) cantando no galho de um Pinheiro Araucária (Araucaria angustifolia). Créditos da imagem: Leonir KOBS (Foto e Edição).


Essa comparação exemplifica o princípio da ecomimese, que, segundo Timothy Morton (2009), indica uma inversão: a natureza deixa de ser apenas cenário para se tornar a protagonista do haicai e da foto. A prosopopeia ou personificação acentua a mudança de paradigma, assim como a metáfora do pássaro-pastor, na imagem representado por um Sabiá-ferreiro (Turdus subalaris) cantando no galho de um Pinheiro (Araucaria angustifolia). Esse tipo de recurso reage ao europeísmo e ao especismo. De acordo com o cientista e ativista Antonio Nobre, “[...] existe um desastre cognitivo na sociedade ocidental, que ocorreu principalmente na Europa, do divórcio entre a chamada mente racional [...] e a cognição ampla, intuitiva, holística, integrativa” (CYPRIANO, 2020). Reforçando essa questão, Aílton Krenak, autor de Ideias para adiar o fim do mundo, afirma que “Tanto a humanidade europeia quanto as sub-humanidades projetadas ignoram que existem milhões de outros seres que nos fazem companhia. Alguns deles são muito sutis como um colibri ou uma borboleta. Outros têm a virulência de um covid. [...]. Não estamos sozinhos neste universo” (SILVA, 2020).



Haicai e foto n. 3

 entre vestígios de madrugada

            ínfimas teias bordavam a relva

                                    com rendas e lágrimas (RENAUX, 2016, p. 87)


Teias orvalhadas sobre Grama Santo Agostinho ou Grama Inglesa (Stenotaphrum secundatum). Créditos da imagem: Leonir KOBS (Foto e Edição).

 

Esses exemplos, assim como os anteriores, demonstram o que decidi chamar de natureza-viva. De início, minha finalidade era marcar a oposição ao conceito de natureza-morta.  No entanto, os dois termos se assemelham, em certa medida, já que sinalizam a fragilidade da natureza e a fugacidade ― do tempo e da vida. Outro detalhe que o haicai e a fotografia realçam é a integração dos reinos animal e vegetal, por meio das teias de aranha sobre a relva, que, a partir da imagem em análise, pode ser classificada como Grama Santo Agostinho ou Grama Inglesa (Stenotaphrum secundatum). Essa simbiose foi mencionada por Oliver Sacks, no artigo “Darwin e o significado das flores”, especificamente neste trecho: “As flores de magnólia [...] ficavam cobertas de [...] besouros minúsculos. [...] as mais antigas das plantas floríferas [...] precisavam contar com um inseto mais antigo, um besouro, para a sua polinização” (SACKS, 2009).

 

Haicai e foto n. 4

         árvores antigas

   bromélias em troncos verde-musgo

                                               jardins suspensos agora (RENAUX, 2019, p. 15)

 

Bromélias (Bromeliaceae) em tronco de árvore. Créditos da imagem: Leonir KOBS (Foto e Edição).


Nessa comparação, haicai e fotografia dão destaque às Bromélias (Bromeliaceae), principalmente às epífitas, que permitem o uso da metáfora “jardins supensos”. Além disso, sob a perspectiva da Ecocrítica, as duas obras exemplificam o processo que Evando Nascimento denomina “experiência vegetal” (MANCUSO; NASCIMENTO; AGUSTONI, 2021), pelo fato de valorizarem um olhar mais contemplativo sobre a natureza, principalmente sobre as plantas. Quanto a isso, novamente cito Oliver Sacks, que, depois de analisar o primeiro caderno de notas que Darwin escreveu, em 1837, revelou que “todos os seres vivos descendem de um ancestral comum” e que “os seres humanos não estão ligados só aos macacos e aos outros animais, mas também às plantas (As plantas e os animais, sabemos hoje, têm 70% do DNA em comum.)” (SACKS, 2009).

 

Haicai e foto n. 5

     raízes

                 imagens invertidas

                        forças submersas distendem ramos

                                                          sustentando o solo (RENAUX, 2019, p. 29)

 

Raízes de Figueira (Ficus). Créditos da imagem: Leonir KOBS (Foto e Edição). 

NesseN

Nesse último par de exemplos, somos convidados a enxergar, na fotografia, a inversão proposta pelo haicai, como se as raízes da Figueira (Ficus) fossem os galhos, tornando mais intensa a dependência entre o ar, a terra e o subterrâneo. Em certa medida, esse novo olhar encontra correspondência no propósito da Ecocrítica, que nos motiva a refletir sobre “[...] outras maneiras de estar no mundo [...], sem a centralidade no ‘humano’” (FESTA LITERÁRIA INTERNACIONAL DE PARATY, 2021, grifo no original).

Somos apenas uma pequena parte da natureza. Vivemos em conexão com os outros ― humanos, vegetais, animais e minerais. Recentemente, ouvimos falar sobre o risco de extinção das abelhas. Ao contrário do que afirma o senso comum, sem as abelhas não deixaremos de existir, mas, segundo os especialistas, se isso ocorrer, o mundo inteiro experimentará mudanças bastante profundas. Sendo assim, hoje, de acordo com Evando Nascimento, não se trata mais de uma “[...] consciência ecológica no sentido clássico, mas de uma consciência de sobrevivência” (MANCUSO; NASCIMENTO; AGUSTONI, 2021). Aprofundando essa ideia, Isabelle Stengers considera que “falar de uma luta contra o aquecimento global [, por exemplo’] é inapropriado – se é importante lutar, a luta é contra o que provocou Gaia, não contra sua resposta” (STENGERS, 2015, p. 59). Dessa forma, o prazer proporcionado pelas fotografias e pelos haicais analisados neste estudo torna-se um convite para ver e ler aquilo que nem sempre é percebido, em meio às atribulações do mundo contemporâneo, em um dia comum. Afinal, lembrando as palavras do poeta Ferreira Gullar: “A arte existe porque a vida não basta” (GULLAR, 2005).

 

REFERÊNCIAS

BRUM, Eliane. A mulher que se reflorestou. Vogue Brasil, n. 518, nov. 2021, p. 116-117.

COELHO, Nelly Novaes. Literatura: um olhar aberto para o mundo. Disponível em: <http://www.collconsultoria.com/artigo7.htm>. Acesso em: 2 jun. 2007.

COMPAGNON, Antoine. Literatura para quê? Belo Horizonte: UFMG, 2009.

CYPRIANO, Fabio. Somos natureza. Disponível em:

<https://artebrasileiros.com.br/arte/seminario/ailton-krenak-naiara-tukano-antonio-nobre-falam-natureza-e-cultura-seminario-artebrasileiros/>. Acesso em: 28 nov. 2020.

FESTA LITERÁRIA INTERNACIONAL DE PARATY. Nhe’éry, plantas e literatura. Disponível em: <https://flip.org.br/2021/principal/nheery-plantas-e-literatura/>. Acesso em: 12 dez. 2021.

FRANCHETTI, Paulo.  O haicai no Brasil. Alea, v. 10, n. 2, p. 256-269, jul.-dez. 2008.

GULLAR, Ferreira. Ferreira Gullar: A arte existe porque a vida não basta. Disponível em: <https://www.pensador.com/frase/NTg0MjMx>. Acesso em: 20 dez. 2005.

LISPECTOR, Clarice. Para não esquecer. São Paulo: Círculo do Livro, 1980.

MANCUSO, Stefano; NASCIMENTO, Evando; AGUSTONI, Prisca. Literatura e plantas. Disponível em: <https://flip.org.br/2021/principal/programacao/?cat=37>. Acesso em: 13 dez. 2021.

MORTON, Timothy. Ecology Without Nature: Rethinking Environmental Aesthetics. Cambridge: Harvard University Press, 2009.

RENAUX, Sigrid. Outros azuis. Curitiba: Secretaria de Estado da Cultura, 2009.

RENAUX, Sigrid. As grafias do olhar. Curitiba: Artêra; Appris, 2016.

RENAUX, Sigrid. Luzes na selva. Curitiba: Appris, 2019.

RENAUX, Sigrid. [Sem título]. Comunicação via e-mail entre Sigrid Renaux e a autora deste artigo, no período de 11 a 15 fev. 2022.

SACKS, Oliver. Darwin e o significado das flores. Disponível em:

<https://piaui.folha.uol.com.br/materia/darwin-e-o-significado-das-flores/>. Acesso em: 28 mar. 2009.

SILVA, Juremir Machado da. Entrevista com Ailton Krenak. Disponível em:

<https://www.correiodopovo.com.br/blogs/juremirmachado/entrevista-com-ailton-krenak-1.524763>. Acesso em: 8 dez. 2020.

SISCAR, Marcos. Poesia e crise. Campinas: Editora da Unicamp, 2010.

SLOVIC, Scott; YANG, Yingyu. Future of Ecocriticism: Strategicopenness and Sustainability. An Interview with Scott Slovic. Comparative Literature: East & West, v. 13, n. 1, p. 105-116, 2010.

SONTAG, Susan. Sobre fotografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2004.

URSI, Suzana et al. Ensino de botânica: conhecimento e encantamento na educação científica. Estudos avançados, n. 32(94), p. 7-24, 2018.

 

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Verônica Daniel Kobs: Pós-Doutorado em Literatura e Intermidialidade (UFPR). Professora e pesquisadora de Literatura e Tecnologia Digital. Coordenadora dos cursos de Mestrado e Doutorado em Teoria Literária da UNIANDRADE. Idealizadora do blog Sarau Literário.