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terça-feira, 9 de setembro de 2025

 

LER É VIVER: O MUNDO COM E SEM PALAVRAS

 

Patrícia Fiori Manfré


A experiência da leitura é fantástica, ainda que seja dolorosa e que revele situações inusitadas. O fato é que sem a leitura nossa vida fica sem cores. Mesmo àqueles que ainda não adquiram as habilidades necessárias para decodificar os símbolos alfabéticos, realizam a leitura de outras formas.

A interpretação de cores, imagens, e expressões corporais, também se configuram como leitura. Ir ao cinema, visitar exposições em museus, feiras e até caminhar por ruas decoradas ou somente observar a paisagem, já estamos exercendo nossas habilidades de ler o mundo e de interpretar suas mensagens.

Contudo se exercitamos o hábito de ler frequentemente ampliamos nossas possibilidades de desenvolvimento pessoal e profissional. Além de adquirirmos novos conhecimentos, acrescentamos novas experiências que nos trazem maior poder de decisão, análise e consequentemente melhores escolhas.

A leitura nos proporciona conhecer sobre culturas, tradições, sociedades e nos abre um mar de possibilidades de investigação, descobertas e muitas vezes no oriente em relação as nossas necessidades ou dúvidas. Ter acesso a livros é como ter acesso ao mundo a poucos centímetros de distância.


Crédito da Imagem: <https://br.freepik.com/imagem-ia-gratis/dia-internacional-da-educacao-em-estilo-de-desenho-animado_94953427.htm>Imagem de freepik</a>


Quando decidimos investir em livros e em cultura, investimos em nós mesmos, pois, é como comprar uma roupa nova, experimentar novos sabores, respirar ar puro e se divertir com amigos. Poder partilhar o que lemos é ainda mais libertador, pois nos conecta com pessoas, com lugares e sentimentos de ter feito a escolha certa, ter lido.

Viver uma boa vida, passa pela experiência de ler bons textos, sejam eles escritos ou não. O contato com novos lugares, novas situações e com pessoas diferentes, ainda que tenhamos pouco tempo para isso, é um mergulho profundo em nossa essência humana de nos conectar com o que é belo, mas ao mesmo tempo feio, pois a definição de um ou de outro está nos olhos de quem vê, por meio das leituras que realizou antes. Por tanto, sejamos leitores, não apenas espectadores, pois ler é viver. 

 

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Patrícia Fiori Manfré: é doutoranda em Teoria Literária pela UNIANDRADE. É professora, pedagoga e psicopedagoga. Atualmente é servidora na Rede Municipal de Ensino de Curitiba.

terça-feira, 2 de setembro de 2025

CHAMADA PARA PUBLICAÇÃO 




Atenção, pesquisadores e autores da Literatura!

A Revista Scripta Alumni está com chamada aberta até 28/9/25!

segunda-feira, 1 de setembro de 2025

 COMO UMA HISTÓRIA DE DOIS MUNDOS PODE SE TRANSFORMAR EM UM MUNDO DE HISTÓRIAS?

         

Liliane Assumpção Oliveira

 

No mundo infantil, celebrar as diferenças é fundamental para mantermos um ambiente acolhedor e respeitoso para todos. Neste sentido, é importante promover práticas inclusivas, que incentivem o respeito às diferenças, sejam elas, físicas, culturais, sociais ou de habilidades. Sugere-se aqui, como um recurso de literatura infantil, o livro Tibi e Joca: uma história de dois mundos, escrito por Cláudia Bisol, para despertar uma reflexão nas crianças em relação à inclusão, e mais precisamente, em relação à comunidade surda.


Créditos da imagem: <https://pt.scribd.com/document/638571115/Tibi-e-Joca-Uma-Historia-de-Dois-Mundos-Claudia-Bisol-Surdez>


O livro conta a história de dois amigos, Joca que é surdo e Tibi, ouvinte. É uma narrativa baseada na concepção da pessoa surda como uma diferença cultural e não como uma deficiência, apresentada de forma a valorizar o letramento visual dos surdos, ou seja, com o uso de recursos como cores vibrantes, ilustrações chamativas e pouco texto. Essas características fazem do livro uma excelente ferramenta para o trabalho com crianças, mesmo as bem pequenas. Além disso, o tema é abordado por meio da representação de sentimentos como amizade, respeito e amor, de um jeito simples, mas emocionante.

Diante disso, a obra é inspiradora e ajuda a mostrar às crianças que a empatia e o conhecimento, além da inocência infantil, são pontes para relações sadias e sem julgamentos. Crianças são naturalmente curiosas, e por meio da narrativa do livro, pode-se despertar e cultivar valores de aceitação e respeito à diversidade, permitindo que aprendam com as diferenças.

Um trabalho que pode ser desenvolvido em sala de aula, pode partir da contação da história ou da leitura da obra e que abriria um leque de propostas pedagógicas divertidas e envolventes com vistas à inclusão de surdos. A fase inicial, após o primeiro contato com o livro, pode se dar por uma leitura compartilhada, nas qual as crianças sintam-se livres para expor comentários e perguntas. Depois, em um momento de conversa, o trabalho seria voltado a análise da história, com reflexões sobre o que aprenderam e como se sentiram. Ainda em uma perspectiva lúdica, pode-se usar de recursos como dramatizações ou representações gráficas, como desenhos, para que as crianças possam apresentar suas percepções sobre o aprendizado. Também sugere-se que os professores apresentem algumas palavras do cotidiano em Libras, visando a compreensão da forma específica de comunicação dos surdos. Para isso, existem diversos materiais e recursos tecnológicos que podem ajudar. Por fim, as crianças seriam desafiadas a inventar suas próprias histórias, inspiradas na obra de Tibi e Joca, podendo ser uma continuação, uma versão diferente ou uma criação inédita, com temas relacionados, valendo ainda a ampliação do espectro para outras características individuais, deficiências ou não.

A depender da idade das crianças e nível da turma, o professor pode registrar essas histórias, servindo de escriba, por meio de vídeos nos quais as crianças contam suas histórias, por meio da escrita propriamente dita ou desenhos, e ao final, esta coletânea pode ser apresentada aos pais e para as demais turmas da escola.  Que tal?

 

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Liliane Assumpção Oliveira é mestranda em Educação. Atua como coordenadora do Curso de Licenciatura em Letras (Libras) e Professora da UNINA. É vice-diretora do Colégio Estadual Para Surdos Alcindo Fanaya Júnior e sócia-diretora do Centro de Educação Infantil Brincar de Aprender. Também é tradutora e intérprete de Libras certificada pelo ProLibras-MEC.