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quarta-feira, 11 de junho de 2025

 

MINHAS CONSIDERAÇÕES SOBRE A DEFESA DE TESE

 

Ana Lúcia Corrêa Darú

 

Crédito da imagem: https://pupil.coractium.com/

 

O mestrado nos habilita para o doutorado. É como se nos adaptássemos ao modo de ver e de escrever sobre um objeto de pesquisa. Nesse processo, aprendemos sobre a escrita acadêmica e as leituras destinadas a fundamentar nossa travessia de aprendizagem. Já no doutorado há um maior aprofundamento em relação à pesquisa. Há mais tempo e espaço para elaborações mais específicas e detalhadas. Nesse trajeto, que dura quatro anos, há os créditos de disciplina, os seminários, as atividades docentes, a escrita de artigos e textos. Há livros e mais livros que nos municiam e vão configurando nosso estudo. A escrita acadêmica já está inserida em nossa prática e agora somos mais habilitados para muitas incursões escritas. Vai surgindo a tese. Um texto que construímos, desconstruímos, reconstruímos e chegamos a algo muito importante: os momentos de nos depararmos com a experiência e mediação dos orientadores. Mais leituras, mais descobertas até que chega a qualificação. Um momento de colocarmos nossa escrita à prova. E saímos da qualificação com mais certezas e grandes sugestões. Mais um tempo com a tese. Novas elaborações. E chega o dia da defesa da tese: algo que aguardamos por quatro longos anos. Algo que nos desafia sobremaneira. A defesa deve conter uma apresentação, um roteiro em que passamos à banca um resumo de nossa pesquisa, o encaminhamento e as considerações finais às que chegamos. A defesa é ao mesmo tempo uma demonstração do nosso objeto de pesquisa e de nossas, ‘tão nossas’, elaborações, descobertas, conclusões. É um exercício de se lapidar as frases para que elas contenham o máximo, no menor tempo. Temos meia-hora para mostrar o que pesquisamos em anos. Ao término de nossa apresentação, a banca se desdobra para nos fazer considerações, perguntas, elogios, sugestões ou novos encaminhamentos. Cada professor da banca tem meia-hora. Nesse tempo, há algo que nos fascina: somos os maiores conhecedores da nossa pesquisa, estamos prontos para as perguntas, estamos prontos para defender nosso ponto de vista, nossas descobertas. Ao final, há uma espécie de realização interna, uma satisfação, uma gratificação pessoal. Nós choramos, não porque estamos ali, mas porque chegamos até ali. Não desistimos no meio do caminho. Conseguimos vencer nossas limitações e vivenciar esse dia, essa emoção. O sentimento de dever cumprido, de orgulho pela perseverança. Uma satisfação ímpar. Novas etapas, estudos e aprendizagens virão, mas a defesa da tese é sempre o nosso momento de aplauso interno. De realização pessoal muito gratificante.  

 

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Ana Lúcia Corrêa Darú é Mestre e Doutora em Teoria Literária pela UNIANDRADE. Sob orientação do professor Marcelo Alcaraz, ela defendeu sua tese em fevereiro de 2025.


2 comentários:

  1. Parabéns Dra Ana! Suas palavras encorajam nós que estamos na travessia todavia. Grato por compartilhar sua experiência. De grande serventia e estímulo para chegarmos na outra margem também. Abraço!

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