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terça-feira, 21 de maio de 2024

ENTREVISTA COM O DR. JOSIEL LIMA: SENTIMENTOS PÓS-DEFESA


Josiel dos Santos Lima

Nathalia Ribeiro e Fernandes


No post de hoje do blog Sarau Literário temos uma entrevista com o Doutor em Teoria Literária, Josiel Lima, que recém defendeu sua tese e vai contar um pouco para nós como foi essa experiência. A entrevista foi concedida à doutoranda Nathalia Ribeiro e Fernandes. 


Josiel dos Santos Lima, doutor em Teoria Literária pela Uniandrade. 
Crédito da imagem: Arquivo pessoal.


Nathalia: Olá, Josiel. Obrigada por aceitar o convite. Para começar, fale um pouco de você e da sua experiência em cursar um doutorado em área diferente da sua de formação. 

Josiel: No começo do mestrado em Teoria Literária, demorei um tempo para me adaptar, pois como sou graduado em história, não tinha conhecimento dos autores e termos técnicos da literatura. Foi bom porque aprendi muita coisa nova, tive que ler muitos livros para além dos que eram solicitados em sala, já que o que era de conhecimento básico dos graduados em letras, era desconhecido para mim. Já no doutorado, estava mais familiarizado e tudo o que li e estudei nas disciplinas tentava associar à minha tese. 

Nathalia: Ah, então sua formação é em História. No nosso programa temos pós-graduandos de diversas áreas e isso enriquece muito o curso. Como surgiu a ideia do seu projeto de pesquisa?   

Josiel: Depois do mestrado, me especializei em Contação de Histórias e Literatura Infantil. Nesse tempo conheci os livros escritos durante o período da Ditadura Militar pela autora de livros infantis Ruth Rocha. Achei muito interessante haver livros infantis que criticavam o autoritarismo de forma leve e divertida. Então, aqueles reizinhos mandões das histórias me chamaram a discutir sobre história e literatura infantil, sobre literatura de protesto e sobre a recepção dessas obras pelas crianças.

Nathalia: Que interessante! E sendo de outra área, qual a disciplina você considera que mais ajudou na sua pesquisa? Por quê? 

Josiel: Foram duas. A disciplina de “Imagem e Literatura” ministrada pela professora Célia Arns, que contribuiu para as análises das ilustrações, e a outra foi “Metodologia da Pesquisa” com a professora Greicy Bellin, na qual conheci as ideias do teórico H. U. Gumbrecht sobre Stimmung e Produção de Presença, e que foram fundamentais na interpretação das obras infantis. Essas ideias me ajudaram a entender sobre o potencial que a literatura infantil possui para tocar os leitores e causarem diferentes estados de humor.

Nathalia: Então foi muito enriquecedor! No geral, como foi a experiência toda de cursar um doutorado em Teoria Literária?

Josiel: Foi muito positiva, gosto muito de literatura e li obras que talvez não fosse ler por não conhecê-las. Faltou um contato mais próximo com os colegas e professores por ter uma pandemia que impossibilitava as aulas presenciais. Por outro lado, pude participar de importantes congressos de forma virtual. Também apresentei um trabalho presencial em São Luís, talvez nunca viajasse para lá, mas o desejo de conhecer outras regiões aliado à necessidade de produzir e apresentar artigos possibilitou o estudo e o lazer. Também destaco as Oficinas de Contação de Histórias, que ministrei nos 4 anos de curso. Elas ajudaram a divulgar meu trabalho, a conhecer pessoas, interagir com colegas e professores, e muito mais. Foi uma experiência fantástica que além de me trazer enorme satisfação, me proporcionou uma bolsa de estudos da instituição.

Nathalia: Bom, como você defendeu recentemente, conte-nos como foi essa experiência. Como foi a ansiedade, a expectativa, a pós-defesa?

Josiel: A ansiedade sempre existe, mas meu orientador, Otto Winck, sempre me deixou tranquilo. Ele explicou tudo como iria acontecer, quem estaria na banca e o que esperar. Além disso, seria on-line e isso me deixava seguro. Eu tinha uma expectativa de que teria muita gente participando por ser virtual, mas o link chegou para mim apenas 13 minutos antes do início. Não sei o motivo, mas acho que a instituição deveria divulgar o link de acesso com mais antecedência para que possamos nos organizar e chamar familiares, alunos, professores e amigos para assistir. Não consegui avisar todo mundo, e nem meus pais assistiram a defesa, fiquei chateado com isso. Depois que tudo passou, me emocionei, fiquei muito feliz porque cheguei no lugar em que sempre sonhei.

Nathalia: E quais seus planos após entregar a versão final da tese?

Josiel: É claro que a gente pensa em dar voos mais altos como um pós-doc ou algum curso fora do país, mas no momento quero relaxar, pôr em prática o que aprendi nesses anos, aplicar algumas ideias nas escolas públicas em que leciono. Para este ano de 2024 quero aprender a tocar algum instrumento e me aperfeiçoar no inglês. Depois volto para os estudos acadêmicos, entendo que nossa formação é constante e devemos continuar a aprender sempre.

Nathalia: Sim. Também acredito que precisamos colocar nossa pesquisa em prática, o que nos faz aprender ainda mais. Muito obrigada pela disponibilidade e boa sorte com os planos futuros.


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Josiel dos Santos Lima é mestre e doutor em Teoria Literária pela UNIANDRADE e atua como professor e contador de histórias.

Nathalia Ribeiro e Fernandes é mestra e doutoranda em Teoria Literária pela UNIANDRADE e bolsista PROSUP-CAPES. Atua como professora de Literatura.


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Nota de esclarecimento: Sobre o fato citado no texto, de que o link de acesso à sala virtual foi enviado tardiamente ao aluno, a coordenação informa que está ciente desse problema, que a direção da IES já foi informada sobre isso e que foi solicitado à assessoria pedagógica (setor responsável pela divulgação e pela documentação das bancas de mestrado e doutorado) que os envios sejam feitos com uma antecedência de 7 a 10 dias em relação à data da banca.

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