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segunda-feira, 23 de setembro de 2013

CIFALE: “INTERMIDIALIDADE: ENSINO E PESQUISA”


 SIGRID  RENAUX

Da intertextualidade à intermidialidade: o leão como personagem polivalente e polisígnica na literatura e no cinema.

 Os estudos de intermidialidade, oferecendo reflexões sobre as relações entre as diversas artes –  literatura,   teatro,  cinema e outras mídias  – continuam a   instigar professores e alunos a novas descobertas tanto  na transposição de  textos literários para novas mídias,  como na reflexão sobre a função que essas múltiplas expressões do contemporâneo exercem sobre leitores/espectadores. Dentro desta perspectiva, apresentamos, no CIFALE II (II Congresso Internacional  da Faculdade de Letras da UFRJ: línguas, literaturas, diálogos), como integrante do Simpósio “Intermidialidade: ensino e pesquisa”, o trabalho “Da intertextualidade à intermidialidade: o leão como personagem polivalente e polisígnica na literatura e no cinema”. Participaram também deste mesmo seminário as professoras Anna Camati, Brunilda Reichmann, Mail Marques de Azevedo e o professor Luiz Roberto Zanotti, entre outros.

O  trabalho apresentado propôs-se a analisar a figura polivalente e polisígnica do leão como personagem no conto “A vida curta e feliz de Francis Macomber” (1935) de Ernest Hemingway, no romance A confissão da leoa de Mia Couto (2012) e nos clássicos infantís  O mágico de Oz (1939) de Frank Baum e  Crônicas de Nárnia (especificamente no conto “O leão, a feiticeira e o guarda roupa”)(1956) de C.S.Lewis. Esta análise serviu de embasamento para discutir como essas narrativas  – com exceção do romance de Mia Couto – foram transpostas, especificamente, para o cinema,  como recriador midiático e portanto como novo difusor cultural. O objetivo seria verificar como se dá, no texto e na tela, o resgate da humanidade deste animal, que, em todos esses textos e filmes é apresentado em sua individualidade animal e simultaneamente humana seja na descrição do leão ferido observando o caçador, em Hemingway, no confronto das personagens com as feras, em Couto, na personalidade do leão covarde que almeja ser corajoso ao acompanhar Dorothy à procura do mágico de Oz,  em Baum,  e na ajuda que o poderoso leão Aslam dá aos irmãos Pevensie para derrotar a bruxa e devolver a paz ao mundo de Nárnia, em Lewis.  Pela exiguidade de tempo de apresentação, limitamo-nos a apresentar os episódios do conto de Hemingway relacionados à caça ao leão e sua adaptação fílmica em “The Macomber Affair”. Nossa leitura intertextual e intermidiática, levando a um discurso dialógico e intercultural que apontou para novas possibilidades de se refletir sobre o animal e o humano, teve como apoio teórico textos de  Claus Clüver, Solange Ribeiro de Oliveira, Irina Rajewski, Thais Nogueira Diniz, Márcia Arbex e outros que se fizeram necessários.

 

 

 

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